quarta-feira, 5 de maio de 2010

Senta que lá vem história...

Tudo bom galëre ? 
Estou inaugurando meu blog e espero que gostem das ideias que tentarei por em prática por aqui. 
Gostaria de ouvir a opinião de todos para que possamos discutir todo e qualquer assunto que nos venha à cabeça. E façam-me o favor de espalhar o blog pros coleguinhas, ok?
Agora vamos ao que interessa, e, como não poderia deixar de ser vou inaugurar este ciberespaço com um texto em prosa que eu fiz como trabalho de redação. Enjoy!

 Sei que não é fácil encontrar um fantasma hoje em dia. Mas eu tive a sorte e encontrei um deles há pouco tempo, durante o carnaval.

Não sou fã do Carnaval como a maioria, quando muito fico em casa e assisto o desfile com amigos. Esse ano foi diferente, todos foram desfilar com as escolas que gostavam enquanto eu saí. Saí apenas, sem rumo pelas ruas, só para não ficar parado em casa enquanto todos estavam se divertindo com suas calorentas e exacerbadas vestimentas, bebendo até ver o mundo rodopiar numa barulhenta festa que há muito não muda.
Neste dia, no final da eterna celebração do nada, andando por uma importante rua no centro da cidade que vi uma biblioteca, e, como havia andado por um bom tempo resolvi entrar. Havia naquele lugar um clima estranho, uma penumbra digna de filmes de terror. Não fosse meu ceticismo sairia no mesmo instante, mas continuei e logo na entrada, em meio a várias mesas vi uma mulher, não muito alta, sentada e com uma lâmpada acesa para que pudesse ler. Aproximei-me da mesa onde ela estava, ela logo percebeu e me indicou a cadeira que estava a sua frente. Atendi sua gentileza e pude ver sua fisionomia, morena com olhos claros, exuberante beleza. Como já havia tirado sua concentração resolvi conversar com a moça, que se mostrou além de bela, culta, e que ironicamente também não gostava do Carnaval. Depois de um tempo imerso naquela conversa me dei conta de que não sabia seu nome e resolvi perguntar-lhe. Surpresa ela assumiu que também não tinha percebido e me disse que não tinha nome.
Ela notou meu susto e explicou-me logo que estava com algum tipo de amnésia, tinha vagas lembranças de algumas pessoas ultimamente, mas que nunca as havia visto, disse que tinha sonhos horríveis com tais pessoas, mas nada que fizesse sentido. Preferi não insistir para não constrangê-la ainda mais.
Convidou-me então a ir a sua casa, que ficava no andar de cima da biblioteca, da qual era dona. Subi sem relutar, e também sem outras intenções, afinal estava comprometido, noivo, mas esta mulher que encontrei certamente chamaria a atenção até mesmo de um cego caso encontrasse um.
    Já no apartamento, decidimos sentar no confortável sofá e procurar alguma notícia para que pudéssemos nos entreter, afinal de contas era feriado. Pulando os tediosos – e inúmeros – canais que cobriam a festa, nossa atenção se fixou num canal que anunciava uma tragédia ocorrida três dias antes, típica nessas épocas de bebedeira e fanfarronice. Um carro capotara numa curva atropelando uma mulher que passava. O local não era longe dali, e a mulher, Daniela S. Ferreira, fora identificada na hora pois parentes estavam próximos do local. O incrível gosto humano pela desgraça alheia nos mantinha ali, frente ao televisor, na tensão do acidente.
O repórter que discorria sobre o ocorrido mostrava então um familiar da vítima. No momento em que o senhor apareceu a mulher ao meu lado deu um salto. Contou-me que já tinha visto aquele homem num de seus sonhos. A macabra coincidência assustava-nos de tal maneira que não conseguíamos nos expressar. Então a dúvida que assolava o ambiente levou um golpe fatal : mostraram uma foto da acidentada, recente figura que de tal maneira se assemelhava à mulher ao meu lado que não deixava dúvidas. Levantei-me, mas nada mais pude fazer, estava paralisado assim como ela. Tinha de sair, respirar, digerir o que tinha acabado de presenciar – o que quer que isso fosse -  mas senti que seria indelicado, principalmente após ser recebido com tamanha simpatia por uma mulher conhecida há poucas horas. Perguntei se necessitava de algo.

Esperei uma resposta, mas ela não disse nada. Pensei em repetir a pergunta, entretanto percebi que parecia confusa, desapontada. Fiquei com pena dela. Saí de mansinho e fechei a porta com cuidado. Voltei para casa sentindo como se tivesse acabado de ler um conto de Allan Poe e eu era uma das personagens...

Um comentário:

  1. Eu lembro desse exercício! Nice, haha

    Histórias "POenianas" são marotas xD

    flws ^^

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